jueves, 18 de diciembre de 2008

Bicicletando em São Paulo


Em SP!

Por sugestão do Palmas, fui re-reconhecer a cidade não de carro, como é comum por aqui, mas de bicicleta. Saí da casa dos meus com ele semana passada no meio do caos do trânsito e fui quase atropelada 50 vezes, até que conseguimos nos reunir sãos e salvos com o grupo da Bicicletada.

É uma galera que passeia de bike junto todas as últimas sextas-feiras do mês. E, muito auto-conscientes que são os participantes, muitos vão para seus trabalhos e afazeres de bicicleta, economizando carros pelas ruas paulistanas.

Foi o maior barato, especialmente porque chegamos até a bonita mas fracassada ponte Estaiada – um investimento enorme na região onde está, mas que não permite a passagem nem de ônibus, nem de pedestres e, claro, nem de bike.

Já tô pensando em adotar o lifestyle quando voltar pra cá ;-)

Interessados, vejam mais fotos no Flickr.

lunes, 3 de noviembre de 2008

Chus em todas suas facetas

Como disse no post anterior, estoy de câmera nova. O Chus, meu perrito, virou alvo da minha lente, e juntos já protagonizamos algumas produções.

Vejam vocês o vídeo que colei aqui e outros mais no canal do You Tube.

Um flickr que renasce


Eu andei meses sem câmera digital, por isso as fotos deste blog (nos poucos posts que andei escrevendo nos últimos meses) estavam meia-boca. Agora comprei uma nova, assim que terão que aguentar novos vídeos no You Tube e novas fotos no Flickr.

Falando neste último, já renasci minha pagininha de fotos, assim que visitem de vez em quando para chimosear: flickr.com/photos/milaca.

Comecei basicamente com fotos da nova casa, do Chus e de amiguinhos, como a querida Nora, que me acompanha na foto deste post.

Ó, exibicionismo ;-)

Camila toca em Barcelona


O Al descobriu o cartaz em Barcelona, então agora não me resta mais que revelar a verdade a todos: adoro fazer homens trabalhar pra mim.

lunes, 27 de octubre de 2008

Cuidado, bonitón


Fazia tempo que eu não fotografava amostras bogotanas de estêncil, mas essa é fundamental. Como dizia Vinícius, só que ao contrário.

Rumba democrática II: “Este país sin BALADA no es posible"


A balada democrática pró-votos do Dieguinho sexta passada foi ficando séria, então ele teve que mandar um discurso sobre sua candidatura. Como eu sei que um dia ele será famoso, publico-o aqui quase na íntegra. Como maneira também, claro, dos amigos distantes – como o Ernesto – morrerem de rir com a propaganda eleitoral.

Rumba democrática I: Diego calentando la ilusión de los bogotanos


Este fim de semana teve eleição interna dos partidos aqui na Colômbia. Apesar de que está rolando uma onda de deportações de estrangeiros por parte do DAS - este órgão colombiano tão fascista (uribista) que dá inveja -, eu me atrevo a publicar aqui um vídeo da rumba (balada) democrática organizada pelo Dieguinho para conquistar eleitores para si e seu partido, o POLO Democrático. A proposta do candidato? “Festa na minha casa não irá faltar”.

sábado, 25 de octubre de 2008

Cam e sua webcam







Um dia minha própria mãe reclamou que não podia falar comigo no MSN com câmera (o que é viver a era da internet...). Outro dia, um amigo que adoro perguntou se não dava pra gente matar as saudades com voz e imagem, ainda que no plano virtual. Eu, que jamais me havia rendido ao voyeurismo/exibicionismo da internet de maneira tão efectiva, fiz o (talvez) inevitável: comprei uma webcam.

Entendi que, além de satisfazer as vontades dos que estão longe e que quero que estejam perto, poderia começar a viver uma nova era da minha vida: a em que as câmeras de vídeo não me incomodam. Passei por um processo parecido, há uns 12 anos, com máquinas fotográficas. Não gostava de tirar foto, fiz um esforço e passei a curtir.

Quem sabe agora, em tempos de You Tube e Big Brother, eu não supere o último nível da minha timidez midiática??? Assim que, amigos conectados, conectem-se para falar comigo e me ver ao mesmo tempo. Como nos desenhos dos Jetson's!!!

domingo, 5 de octubre de 2008

A nova bogocasa e a prática constante da "nova vida"


Mudei! E viva a prática de buscar constantemente uma "nova vida".

O processo foi longo e quase dolorido (na verdade, nem tanto uma coisa, nem a outra; o fato é que, na minha vida, eu quero tudo resolvido bem rápido, questão pra terapia). Porém, parece que chegou ao final: depois de pular, na seção de classificados do El Tiempo, de anúncio em anúncio - a maioria deles prometendo o que não têm, como os que dizem "mobiliado" e depois só tem a cadeira de praia "mobiliando" a sala, nada mais -, passei com o Diego por uma rua e anotamos um telefone que foi o premiado.

Liguei, fui ver no mesmo dia, no mesmo dia apresentei os documentos (estava desesperada e já tinha tudo pronto para os mil apartamentos que vi antes, graças ao Diego, meu fiador, e à mãe do Alex, minha outra fiadora).

Toda essa busca, apesar de não ter me agradado (nunca me agradam as buscas, só as descobertas; vejam que mimada), me fez pensar como na Colômbia tudo e todos são tão tolerantes aos estrangeiros. Aluguel (ao mesmo preço que qualquer colombiano; não como em Buenos Aires, onde a Helô esteve pagando 5 vezes mais que um local), freelas, empregos... Tudo é possível sem maiores complicações aqui para um estrangeiro. Ou, pelo menos, está sob as mesmas complicações que vive qualquer um.

Bom, depois de um mês e meio, saí da casa do Diego, querido amigo, família, marido de alma, amante por conveniência (como diz o Germán, apesar de não exister realmente nada entre os dois; vejam vocês, estou em greve contra o fracasso e para combater a desilusão). Foi duro, afinal eu andava bem consentida, como dizem aqui, ou cuidada, como se aprecia em qualquer lugar. Mas não há nada como começar de zero, olhar à distância, manter a imparcialidade.

Estou feliz por voltar a mim, ou a uma versão melhor de mim, aqui na nova casa. É um espaço pequeno, mas amplo ao mesmo tempo (pelo menos, para um apê de quarto e sala). Tem cores, o mínimo toque pessoal que pude dar, e tem praticamente todos os móveis do Alex, cujos mais recentes planos incluem o objetivo de zarpar para a Argentina e estudar direção de arte e cenografia para cinema - áreas onde tenho certeza que vai se dar superbem (esse parênteses é merecido. Segundo a Helô, meu "súper yo" o sufucou na Colômbia ou, em outras palavras, a Colômbia ficou pequena para uma convivência entre ele e meu "súper yo". Insisti que o problema dele era o Uribe, assim como foi para o Ernesto, mas eu mesma bem sei que não. Tampouco fui eu, tá?).

Os amigos (bogotanos, obviamente) já vieram conhecer, porque teve festinha de inauguração essa sexta. Ah! E esqueci de comentar que o Chus, meu querido perrito louco, de agora 1,2 anos de vida, voltou à casa, como sempre faz o bom filho. Assim que somos eu e ele. Na festa, obviamente, foi a grande atração-chatice do pedaço (nunca vi cachorro tão exibido na minha vida).

Agora faltam os amigos made in Brazil. Esses, pelo que imagino, não vão vir. Na minha vida, sempre me visitaram os amigos mais improváveis, ou seja, italianos, suíços, espanhóis e alemães que comigo, na verdade, conviveram pouco. Os amigões de longa data são os que não vêm.

Mas vou parar de me queixar!!! Afinal, o post aqui é pra celebrar a nova vidinha. Afinal, tou feliz.

Vejam as fotos da casita e deixem comentários.






miércoles, 20 de agosto de 2008

El tiempo anda volando...

As rugas de Beckett, que tanto me têm intrigadas no mestrado.

Ya que puede, tiene que volar. É o que disse Mala Rodriguez, ótima cantora espanhola de hip hop. O fato é que meu tempinho anda a jato.

O que fazer pra deter o tempo, pegar as coisas com a mão e, igual que criança, acordar sábado pra ver desenho com uma sensação enorme de tédio enquanto os pais não acordam?

Acordei outro dia e vi que já sou do time das rugas.

De todo jeito, as rugas não me importam. A porra do tempo sim.

viernes, 15 de agosto de 2008

E quem disse que cachecol é sexy?

Ando escrevendo sobre cinema e política, mas nem por isso minha cabeça deixou de pensar em moda. Tenho uma pergunta que anda me sondando (e assustando, pela falta de auto-respostas convicentes): como ser sexy vestindo roupas de frio?

Por favor, participem, colaborem e opinem. Em Bogotá faz frio. E as casas nao têm calefação. Na Alemanha, por exemplo, pode fazer o maior frio da história no inverno, mas indoor a pessoa pode até ficar de regata, dependendo da situação. Aqui não tem isso.

Assim que é quase impossível, pelo menos para uma pessoa relativamente normal (friorenta) como eu, não usar meia-calça se ponho saia, não por casaco de la com vestido, evitar algo no pescoço se vou de decote.

Estou em crise. Nunca banquei a gostosona, mas eu - que aqui não vivo sem jaqueta - estou me sentindo universitária em excesso (intelectualzinha, sujinha e pobrinha). Uma vez um amigo me disse, quando eu o convidei pra ir ao Espaço Unibanco, que esse era o cinema do povo que não tira o cachecol do pescoço. Em outras palavras, cachecol = pose de aspirante a intelectual aspirante a cinéfilo. Zero sexyness.

Estou zero de sexyness! Será que pra estar bonita tem que sofrer? Será que frio vence sexy appeal? Quem tiver respostas, já sabe.

Crônica amorosa de um sorvete de menta

Deixei meu amor sem comentar com ele uma importante descoberta: em Bogotá, sim, tem sorvete de menta. É uma pena e uma dor tão doída tê-lo deixado, que parece sinto na pele o resumo perfeito da vida: mixto de alegrias em êxtase com uma constante administração de tristezas. Mas Alex e eu, como diz a música do peruano Daniel F, "sólo fuimos hasta la esquina".

Pois foi numa esquina, quando me deu vontade de comer doce, que entrei num Dunkin&Donuts e, entre rosquinhas esbranquiçadas, encontrei uma variedade de sabores de sorvete. Desde longe (o que pra mim são tipo 30 cm, porque sou cega), vi que dois deles eram verdes. Como não há variedade de pistache, o coração começou a palpitar. Logo, a descoberta: na Colômbia, sim, tem sorvete de mentaaaaa!

Amo sorvete de menta. Originalmente, confesso, esse gosto em mim foi influenciado. Minha tia Lisa sempre pedia esse sabor quando íamos tomar sorvete no Rocha, em Ubatuba. Mas o encontro entre eu e essa delicatesse foi tão tão, que, desde os 10 anos, essa é minha pedida certa (ainda que eu combine esse sabor com alguma variação de sorvete de chocolate).

Daí a minha extrema alegria ao descobrir que o "outro" verde era de menta.

Não pedi o sorvete nesse momento. Saí de lá preparando mentalmente a notícia para contar ao Alex, que tanto buscou esse sabor comigo durante meu primeiro ano em Bogotá (já comentei que cumpri 365 de Cocolômbia dia 3 de agosto?). Ia dizer pra ele que minha primeira tomada de sorvete de menta em território colombiano ia ser com ele.

Nos encontramos fora de casa nessa mesma segunda-feira para tomar algo, e o clima estava raro. Terminamos discutindo, depois de um encontro todo atrevessado, que nem eu, nem ele entendemos ou provavelmente chegaremos a entender. No lugar da minha notícia tonta, mas bem animada, o comunicado - recíproco - foi que já não tinha por onde tentar refrescar nossa relação.

Entre mortos e feridos, fico (e terei que ficar) com a refrescância do meu recém-descoberto sorvete de menta. Vou tomá-lo sozinha, essa primeira vez.

Por que será que as buscas sempre parecem acontecer a dois, enquanto as descobertas só se dão mesmo na solidão?

miércoles, 6 de agosto de 2008

O amor - eu sei - existe


Pedro Pana é a prova na minha vidinha que alguém pode prometer mundos e fundos pra você. Fui pra Guajira, onde o conheci, e descobri que valho o equivalente a dois caminhões de bode + duas caixas de whisky. É que nessa região da Colômbia os homens eventualmente trocam seus bens por mulheres que valham a pena. Uma “normalzinha” pode chegar a valer 2 bodes, mas a minha pessoa – que pareceu ter agradado – vale são dois caminhões mesmo, além do whisky de contrabando. Só esqueci de perguntar se posso eu mesma trocar os caminhões e os whiskies por mim. Nenhum risco de mal negócio: minha alma eu entregaria, sem mais.


Bom, ele também me prometeu uma casa na praia. E queria pagar o segundo semestre do meu mestrado. Quis saber quantas horas de vôo são para o Brasil, quanto vale a passagem e como faz pra marcar. Chamou minha mãe de sogra, botou panca no cara que cuidava do barraco onde eu fiquei hospedada em uma rede para ele cozinhar frango pra mim (lá só tem peixe) e também cuidou do meu abastecimento diário de cerveja (umas 20 “shortnecks” por dia; short porque cada garrafa tem tipo 200 ml).

Aí eu pergunto pra vocês: o amor, a doação e a piração existem ou alguém ainda duvida???

Novamente bogotando, presente e atuante

Uhú!

Fui, voltei, e aqui estou de volta.

Estou devendo aquela explicação sobre meu bombástico primeiro semestre: o que aconteceu é que a realidade provou seu cacife, e minha insistência dourada em acreditar que o amor existe e é facinho teve que se transformar em uma pequena mas pesada administração de conflito.

Saí da casa do Alex, fui viver na Candelária (bairro colonial que fica no centro de Bogotá), onde o frio congela os pés, as mãos e às vezes os ânimos (o bairro é alto, portanto mais frio, e as paredes das casas, que por sinal são lindas, não esquentam muito). Em poucas palavras, tive que usar meu então nível reduzido de energia pra trabalhar, manter em dia o mestrado e me tirar do “bajón”. Acho que deu certo, porque fui a São Paulo trabalhar e conseguir plata pra seguir com os planos aqui (ou onde quer que seja), pensei e voltei. E, falando a verdade, passei um período muito legal na Candelária, sem falar da viagem de renovação à Guajira, região norte da Colômbia, onde o deserto encontra o mar do Caribe – e eu me encontrei, feliz (a fotinha é pra ilustrar o curioso estado de espírito). Resultado: nova visão das coisas colombianas e da minha participação aqui na loucurinha.

Bom, explicado o drama, vamos pra fase “paquitas, nova geração”. Voltei com os votos renovados. Estive em Buenos Aires, e minha querida amiga Helô (que cuidou muito bem de mim) foi uma grande inspiração para esse essencial desapego às coisas materiais que a pessoa tem que ter para ser um andarilho no mundo. Ela também faz mestrado fora, lá em Buenos Aires, e sabe da importância não só de “ter somente aquilo que se pode carregar”, citando-a devidamente, como de seguir adiante com os planos, ainda mais quando são planos de estudo, aprendizagem, experiência no mundo. Ser coerente, ser persistente.

Se tudo acontece como planejei (se leram o parágrafo anterior, sabe que não vai ser bem assim, mas não importa), em Bogotá estarei até o final do ano que vem. Não sei se já comentei aqui, mas a Colômbia me tem obcecada com o que é um país. Um país são duas coisas: um contexto social, político e econômico, por um lado, e um coração, por outro. Estou ligada à Colômbia por esses dois lados, e bastante. Quero me meter nesse contexto, aprender, me empanturrar e depois seguir a vida como seja, mas diferente. E também me sinto em casa, e aí está a parte do coração. Nunca senti aqui que estava em um lugar desconhecido. Sensação assim, estando de fato em um lugar desconhecido, não é coisa que eu queira desprezar.

Ando fazendo mil coisas e louca pra me organizar. Tenho muitas vontades e poucas horas no dia, assim que o mestrado vai ter que imperar, e o tempo que sobra terei que repartir entre o trabalho na produtora, o esforço pra manter vivo meu querido e necessário Lalatina.com.br, as colaborações com a Arcadia, com a Folha e, com sorte, com a Piauí, o projeto do livro, o projeto do roteiro, e os jobs que me garantem a grana. Muita coisa, já viram, então algo vai ter que dançar, antes que dance eu.

O fato é que sigo aqui presente e atuante. Ando com vontade de escrever coisas que não têm que ser tão pensadas antes de tocar o papel, assim que este meu querido e humilde blog pode ser uma boa via de escape, assim como os ouvidos (ou olhos) de vocês, queridos amiguinhos.

Estarei ainda mais presente. E atuante.

Besos, besos, desde o país da Operação Xeque, Jaque, Jegue....

lunes, 16 de junio de 2008

Blindness, de fora pra fora


Estou desaparecida, é verdade. Se serve como desculpa, não é só deste blog, senão de mim mesma. Explico: anda difícil escrever textos sobre mim e minhas experiências, aqueles leves e até gostosos (arrisco dizer), porque anda difícil reflexionar, criar etc. Aconteceram coisas chatas nos últimos meses que me impediram de estar "em ponto de" oferecer, mas que também foram legais para aprender coisas, ou seja, fazer um exercício de fora pra dentro. E isso, num blog, fica difícil de publicar.

Ai, ai, ai. Mas enrolação e mea culpa deixados de lado, apareci novamente para dizer que há um novo artigo meu na Arcadia! E é legal!

O tema da vez é o Blindness, novo filme do Meirelles, e o texto é uma homenagem (que tentei fazer) às pessoas que se esforçam para dar o melhor de si em seus trabalhos (como acredito que é o caso do Fernando, mesmo sem conhecê-lo) e também àqueles que são talentosos além de finos, como demonstrou ser Saramago, o dono da história original contada pelo filme, que reagiu brilhantemente à adaptação de Meirelles.

Desculpem (ai, cultura católica) por só estar reproduzindo coisinhas aqui, mas é o jeito. Acho que em pouco tempo conseguirei inverter a ordem e voltar ao de dentro pra fora.

Comentem, pues!

:: ¿Quien es el ciego? (Arcadia) em espanhol, aqui.
:: Quem é o cego? (La Latina) em português, aqui.

domingo, 11 de mayo de 2008

Filhos de (Cidade de) Deus

Mais um artigo meu pra Arcadia (a revista de cultura colombiana)!

Como quem leu a respeito sabe, o Brasil está bombando este ano em Cannes. Esse não é um texto exatamente a esse respeito, mas foi escrito quando ainda se farejava a boa onda que ia rolar, e também juntando os frutos de Berlim, com Tropa, e outros dadozinhos.

Aí vai o link pra ler e comentar: www.revistaarcadia.com/ediciones/31/cine1.html.

PS. Em breve, mais um (artigo) vem aí.

miércoles, 16 de abril de 2008

Hello, blog + continho

Ando sumida, mas lhes conto que o abacaxi andou difícil de descascar para mim nas últimas semanas desta fria Bogotá (este mês bateu recorde, gente). Mais detalhes da hartera (perrengue), como dizem por aqui, eu deixarei escapar depois. Agora quero compartir com os amigos já putos pelo meu sumiço do blog um cuentico que escrevi esses dias. Pra quem quiser, pode descascar também (afinal, confesso que ando craque em bucha).

ESCUELA

Eran muchachos entre los 12 y 13 años. En esta edad, todo es una cuestión de disimular las infantilidades que todavía quedan y de conquistar la vida adulta, ejercitando al máximo la curiosidad y, claro, liberando las hormonas cultivadas por más de una década. Por eso, en la escuela, lo que hacían era probar aquí y allá, jamás quedándose demasiado tiempo con la misma pareja. Estaban influidos por series televisivas que veían por cable, Fox, Warner y AXN, es cierto, en las que el amor y los celos son moneda corriente y nunca se quedan demasiado tiempo en los mismos bolsillos.

Uno de estos días, Helena le dijo a Eloisa que quería a Enrique. Las dos siempre fueron buenas amigas, desde el segundo grado, cuando, en los intervalos de Disney Channel y Discovery Kids, jugaban en el patio con sus muñecas Barbies, que las representaban a ellas mismas, y a las cuales les agregaron maridos, de manera algo precipitada, a la edad de 18 años, poniéndoles también hijos (tres cada una) enseguida de la boda. Ahora, en el sexto y con hartos capítulos de “Beverly Hills 90210” y “Mel Rose Place” en la espalda, reconsideraron los planes. Mejor sería casarse más tarde, a los 30 o más, tal vez con unos extranjeros de ojos azules que estén de viaje por el Caribe colombiano. Muchos europeos pasan vacaciones en las islas de San Andrés y Providencia, por eso es tan caro para uno viajar para allá en enero, decía siempre la madre de Helena los lunes, cuando veía los programas de viaje de People&Arts.

Inspirada por varios episodios de “Mujeres desesperadas”, Helena se preparó para la fiesta de cumpleaños de Enrique como si esa fuera su propia boda (de estas provisionales, pero no menos importante). Cepillado, blusa nueva y apretada, pantalón descaderado, perfume caro que el tío viajero trajo de los Estados Unidos, o del Duty Free, poco importa, y échese maquillaje que le transformaba la cara, dulce en días normales de clases. Eloisa no quedó atrás. Cepillado, vestido nuevo y corto, botas como las que vio hace poco en la protagonista de la telenovela de las 9, perfume barato robado de la hermana mayor y échese maquillaje que le transformaba la cara, suave de lunes a viernes.

Iban juntas a la fiesta, que por fin es horrible llegar sola, pero los cepillados de una y de otra complicaran el encuentro. Como Jennifer Aniston en “Mi novia Polly”, Helena tiene el pelo liso y rubio y largo, cosa que Enrique jamás podrá resistir, y eso lleva mínimo 20 minutos más para estirar y planchar. Coqueta y confiada, llegó al evento caminando con dificultades sobre tacones que no se ven a la edad de 12 años. Superó desniveles de la calle del barrio pobre y huecos de alcantarillas destapadas, pero no pudo sino desmoronarse al ver Eloisa entrenando su primer beso en Enrique, sin que la escena se pareciera en nada a la de “Sex and the City”, tantas y repetidas veces estudiada por las dos.

Si no fuera por Horacio, el inteligente de los lentes gruesos, hubiera caído, llamando la atención general para su tragedia al estilo de “Ugly Betty”. Pensó en cambiar radicalmente la situación, pasando de patito feo a la protagonista que le mete la mano en la cara a la antagonista-ladrona-de-futuros-novios. Estaba a punto de enganchar este final, pero el hecho es que un sueño con tantos puntos de giro no es fácil conciliar.

Dio más vueltas de lo normal en la cama y terminó despertándose con los pasos de la madre, que acababa de cruzar el pasillo al lado de su habitación. Abrió los ojos de un golpe, miró a su alrededor y abrazó el osito de peluche que le había regalado Horacio con una hermosa invitación para la fiesta del próximo sábado. Sin pensar dos veces, agarró el control remoto y, decidida, apagó el televisor que había estado hablando solo durante las dos últimas horas.

Para ver televisión hay hora, le diría la mamá.

jueves, 27 de marzo de 2008

O poder das palavras

Quando me ambientei aqui na Colômbia, superei o estágio de ouvir o espanhol e comecei a escutar as palavras que usavam. Me contaram que o espanhol tem, todos os regionalismos incluídos, quase 500 mil palavras (fonte confiável: meu professor engomadinho de Gramática). Os colombianos, entre tantas opções, têm suas preferidas. Algumas:

- Não é "lo siento", é "que pena" ou, melhor ainda, "qué pena con usted";
- Em vez de "hombre", "man";
- "Pensadera" em vez de "reflexión";
- Não "prisa", senão "afán";
- Nada de "pasa", o certo é "camina";
- "¿Como estás?" deu lugar para "¿Qué más?" ou para "? Qué hubo?";
- Não é "niño(a)", mas "chino(a)";
- Em vez de "interesante", "chévere";
- "Mamera" em lugar de "cansón";
- "Parce" é o certo, esquece "amigo";
- E O CLÁSSICO: é "tinto" e não "café".

E isso para dar alguns exemplinhos. Já entre as palavras das quais fazem uso próprio, eu destacaria as superintensas "transcendental" (para qualquer coisa que julguem "importante"), "deprimido" (para uma tristezinha básica) e "adiós" (para um simples tchau).

Cada um com seu cada qual ;-)

miércoles, 19 de marzo de 2008

Debut na política


Não que eu ache que a moda ou o cinema sejam menos importantes que a política, mas, sim, eu andava mais preocupada com o fato de entrevistar aqui em Bogotá a Gustavo Petro (meu primeiro entrevistado-político) que Alexandre Herchcovitch durante o São Paulo Fashion Week (apesar do altíssimo mau humor desse último, sempre assustador).

Concluí que pra relaxar e gozar o lance era estudar, preparar as perguntas antes e simplesmente "servi de canal" pro cara contar o conto. E assim foi. E é bem simpático e articulado o tipo; fato é que até curti.

A entrevista foi publicada no Terra Magazine. Fiquei bem feliz com o feito, afinal ninguém no Brasil havia conversado com o cara - que deu bem boas declarações.

O resultado está nos links abaixo, e espero que apareçam comentários dos amigos por aqui.

Português: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2691088-EI6580,00.html.
Espanhol: http://www.co.terra.com/terramagazine/interna/0,,OI2692012-EI8868,00.html.

martes, 4 de marzo de 2008

Chovendo em novos lugares

O 48º Festival de Cinema de Cartagena e o 11º Festival Iberoamericano de Teatro de Bogotá são dois temas que eu podia ter abordado nesse blog - o qual, na verdade, trata humildemente das minhas observações mais do que de dicas e serviços. Mas para que vou chover onde já chovi?


O primeiro caso, na verdade, entrou no blog da Latina (confiram). Já do segundo, um dos grandes acontecimentos da vida cultural de Bogotá, ainda dá pra falar, mas acho mais legal esperar que passe para contar com olhares de "eu fui e achei o seguinte" (assim que, aguardem).





O fato é que a grande novidade deste post é que tanto um assunto quanto o outro viraram meus temas de colaboração com o recém-nascido blog do Repique, hospedado no Terra e a cargo de Paula Guedes, amiga de uma queridíssima amiga minha, e Odara Carvalho. Ambas são atrizes, e o tema das meninas no Repique é "variedades". O post de Cartagena foi publicado sexta passada (vejam aqui; o festival rola até dia 7 de março); o do Festival Iberoamericano será liberado nesta sexta (vejam lá).

Acho uma verdadeira delícia isso dos blogs assumirem o "quente jornalístico". Pode ser perigoso, porque é mais difícil saber em quem confiar, mas também da para pesquisar bem e escolher seu lugar de colher informação, sua linguagem e seu pique preferidos. Tem vários por aí, e são cada vez mais profissionais. Ah, e melhor: liberam o que há de mais coloquial nas pessoas.

O blog das meninas tem pique e muitas ganas de falar de assuntos legais. Tanto que arriscaram uma colaboração à distância, para puras notícias da Colômbia é de Bogotá. Eu, como haveria de ser, recomendo.

domingo, 17 de febrero de 2008

Eu estava devendo...

...uma palavrinha sobre a última marcha do dia 4 de fevereiro, contra as FARC, que rolou simultaneamente em várias cidades do mundo. Uma querida amiga jornalista, a Janis, me escreveu pra perguntar de que se tratava a coisa e pra pedir uma opinião sobre apoiar ou não apoiar, já que ela não queria "estar do lado de nenhum imperialista fdp".

Bom, eu também jamais quero. Por isso, dei uma sentida geral e, no começo, a coisa parecia ser "simplesmente" contra as Farc. Mas os dias passaram, digamos, e logo o governo colombiano se aproveitou para divulgar a coisa à exaustão, colocar grana pra organizar uma infra (incluindo um palanque em frente do Palácio na Plaza de Bolívar com telão da RCN), mandar fazer camisetas etc.

Quando saí um domingo, dia anterior ao evento, pra dar uma volta por Usaquen, vi que o frenesi dos vendedores de camisetas que diziam "Colombia soy yo" e algo como "no a las FARC" estava pesado, tive certeza que o negócio estava perdido. Foi aí que escutei o vendedor gritar Marcha pa' niño, marcha pa' niñaaaa! e perdi grandão a esperança.

Mas na segunda saí às ruas pra ver de que se tratava. Nada trascedental, muita gente. Em todo caso, fiz imagens com a camerita.

E no mais: querida Janis, espero que não tenhamos apoiado Uribe e sim dado voz a um pedido de não-violência. Num país (e numa América Latina) tão polarizado, em que os que marcham contra as Farc, estão marchando pelo presidente.... Bem que seria interessante olhar as coisas com mais matizes.

De 2008 até o ano 100 mil


Gente! Começou o Ciclo de Comemorações dos 28 anos da tradicionalíssima, moderna, infalível e sempre consciente Camila Moraes. O primeiro evento foi um churrasco feito pelos pais do Alex (com sopa de entrada, vai entender o conceito colombiano de churrasco), seguido de bolo com meu nome escrito e tudo. Mais atividades virão.

Como este ano estou na Colômbia, achava que o parabéns deveria ser em espanhol. Porém, como faz dois mandatos que Uribe está poder (e o país anda meio vendido pros EUA), a musiquinha é cantada aqui em inglês - mas com um sotaque horrivelmente colombiano, o que já me mata de rir e ameniza a coisa.

A segunda estrofe eles, sim, cantam em espanhol: Que los cumpla feliz/que los vuelva a cumplir/que los siga cumpliendo.../hasta el año 100 mil.

Que tal "os anos 100 mil", hein? Não andam informados sobre o aquecimento global.

E pra quem não sabe: o cumple é nesta quinta, dia 21. Mandem ver no Sedex!!!

Heloca em Bogotá!


Amigos da onça aí em São Paulo, percebam:

Minha amiguinha Helô Reinert, também conhecida como Heloca, foi a primeira (e única) que prometeu vir me visitar e realmente cumpriu a promessa, tá???

Ela é uma colega jornalista que decidiu largar tudo (essa prática sempre me soa familiar) pra fazer um mestrado em Buenos Aires. Usa expressões como "viva a militância light" e "mejor el juuuuueves" com bastante frequência. E adorou a Colômbia, tanto que está perdida pelo Caribe já faz algumas semanas, sem me dar qualquer sinal de vida (afastemos as Farc do pensamento).

Dona Heloca é dona de um blog bem animadinho, o Sabalon, escrito com outros dois amigos. Para quem quiser conferir: http://www.san-ba-lon.blogspot.com/.

E "viva a gente", como diz a mesma.

O famoso documentário Minutos compartidos

Ahá! A minha estréia no mundo da produção cinematográfica tardou, mas não deixou de seguir a regra infalível do "começo de carreira é pra apagar da memória".

Para os que não sabiam que eu andei fazendo um curso de documentários, aí está de uma vez o curta documental que fiz durante meus primeiros meses de Bogotá. É sobre a venda de ligações via celulares (privados) nas ruas da cidade. Essa, para quem não sabe, é uma prática bastante bizarra na Colômbia, em que um fulano pega seu próprio celular e sai às ruas com uma plaquinha (e às vezes com correntes, pra que ninguém robe os aparelhos) e vende "minutos".

Quando passei aqui pela primeira vez, pensei: "E a privacidade, gente?". Foi por isso que fiz a coisa com um olhar menos sócio-econômico e mais morboso (de curiosidade e fofoca) mesmo.

O Minutos compartidos II vai tratar da seguinte pergunta: por que no Brasil não fazem as mesma coisa??? Quem quiser contribuir com a investigação, por favor deixe seus comentários a respeito.

Bueno, taí pra constar. Opinem! E perdõem a falta temporária de legendas em português (que pode chegar a ser grave, porque as conversas são a grande sacada do filmeco).



PD. Para os que estão chateados que o blog anda parado, não se chateiem mais. Tenham somente em conta que o mestrado começou e que a coisa tá pegando aqui em Bogotá! Mesmo assim, vou me redimir.

miércoles, 30 de enero de 2008

De volta à minha (louca) casa


De volta a Bogotá. E com a sensação de que é um barato voltar pra cidade natal da gente – São Paulo, no meu caso – e sentir que se está de visita. Pois foi o que eu senti, não exatamente caminhando pela Paulista pagando de turista, mas dormindo na casa dos pais, comendo comidas preferidas a diário, tirando roupa da mala (e colocando de volta, porque não tinha gaveta) e, principalmente, vendo notícias sobre a Colômbia no jornal e na TV brasileiros – e sentido que, neste momento, essa sim é a minha casa.

O lance das FARC, acordo humanitário (troca de guerrilheiros presos por reféns da guerrilha), Clara Rojas e Emmanuel etc é um assuntaço. É coisa séria, está sob olhar atento de governos do mundo todo, não só da Colômbia, e envolve aspectos tão plurais quanto a pluralidade louca da América Latina. Tem a ver com os rumos da política do subcontinente, com a comunidade internacional e os direitos humanos, com os rumos da Colômbia, até com a parafernália chavista da Venezuela, com seqüestro (que é um ato de loucura e via nenhuma para o poder popular, ao contrário do que defende a guerrilha), e, claro, com seres individuais.

Quisera eu entender melhor a raiz do conflito e de repente poder opinar com maturidade sobre o tema (quem sabe um dia), mas confesso que o lance individual me chama também e muitíssimo a atenção. Estou doida por inventar algum roteiro que esbarre no tema. E a questão que anda rodeando a minha cabeça é: como diabos rolou a aproximação entre Clara Rojas e o guerrilheiro com quem teve uma relação sexual (ou várias), que resultou em um filho?

Em que condições? Foi paquera? Foi estupro? Que deu do cara? Essas são outras. É por isso que eu ando de olho no assunto. Um olho meio voyeur, menos politizado, é verdade. Mas que tem muito a ver com essa sensação de “minha casa, a Colômbia, e meus conviveres colombianos”.

E para que digam que de política eu nada, aqui fica um aviso importante: dia 4 de fevereiro vai rolar uma marcha em diversas cidades do mundo pelo fim da guerra na Colômbia. Organizada aí a partir da iniciativa de jovens colombianos do “Facebook”, não tem apoio político por trás (de imperialistas, argh), o que já demonstra uma reação interessante (e local, o que é fundamental) pelo fim das FARC – organização senão terrorista, pelo menos assassina, que não tem por onde defender. Aqui em casa, eu sim vou comparecer.

Foto: a estampa de uma camiseta que encontrei na web. Bastante a ver com o assunto.