miércoles, 22 de enero de 2014

Tempo de ver não é tempo de fazer

Eu pensando sobre ensinamentos indígenas no México.
Pouco posso fazer. Quase nada que eu faça - ainda que tudo esteja nas minhas mãos, coisa que sinto - é capaz de mudar o curso das coisas, a sabedoria da natureza e o ritmo do universo. Me vejo pelejando com o destino, à busca de oportunidades, de espaços e aprendizagens, ao passo que o que mundo me impõe são lições que eu considero, todos consideram, lentas. Quero as respostas, me deparo com as perguntas. E ainda que goste delas e as receba de bom grado, me vejo vivendo uma vida que não está disposta a abdicar das explicações racionais. Será possível mudar? Nadar contra a corrente das demandas diárias? Enquanto avalio essas questões, penso nos “quatro inimigos naturais do homem de sabedoria”, segundo Don Juan através de Carlos Castaneda ("Las enseñanzas de Don Juan"): medo, clareza, poder e velhice. Parece que eles se apresentam nessa ordem, mas sinto que combato todos ao mesmo tempo (o que talvez, no fundo, seja grande pretensão). A passagem do tempo é algo que não termino de compreender. É tudo para o ser humano, e mesmo assim é possível que ele passe muito tempo ignorando-a. Como ver a passagem do tempo? Como ver, simplesmente e finalmente? Eu me pergunto e sempre me perguntarei. Ainda que pouco possa fazer.