miércoles, 17 de octubre de 2007

De olhos fechados


Ao fechar os olhos, passei a mão para além da superfície e tive certeza: em meio a palavras bonitas, exercita-se a cultura do parecer e planta-se o nada. Eu, da órbita concreta do meu idealismo, sou capaz de lavar a cara de ingenuidade e enxergar que há algo além do mero desejar e dos poemas que nada exercem além de masturbação.

Não que eu seja angustiada ou tenha olhos para a verdade, querido. A Terra, se não o chão, é de onde eu venho. Mas, leve como o mais intenso dos sentimentos, sou feita de alegria e vontade e espero, sem as mãos atadas, não repelir de tanto querer atrair. Faço esforços, louvo o sentimento e só consigo provar da razão.

De onde miram os meus alvos? De olhos fechados, apenas sei que estão lá. E não invoco certezas, só espero que as balas me toquem e que seja fatal.

(Fevereiro de 2006)

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