jueves, 29 de marzo de 2007

Máncora, ha ha

Para os invejosos de plantão, aviso que estamos de saída para Máncora, quase na fronteira com o Equador. Foi um pit stop programado para driblar 400 dólares americanos que me pediam as cias áreas para voar de Lima a Quito. Nem duas horas de viagem (em avião, porque em busanga são 16).

Enfim, saímos ganhando. As águas más calientes do Peru, playa nota 10, surfistas, comida peruano siempre buena e calor, graças ao Deus dos incas, o Sol.

Aguardem notícias!

Piscis en la selva, la sierra y la costa


Das duas umas: ou signo pega ou os astros estão aproximando figurinhas repetidas.

Eu nunca havia convivido com tanta gente de peixes na minha vida e inclusive passei a niñez frustrada por não ter amiguinho ou conhecido que fizesse aniversário próximo de mim (com o desconto da Edna, do Pim e da Marcelinha!).

O fato é que ser de piscis está super na moda. Tudo começou comigo e com a lindona da Mee, minha alma gêmea feminina, fazendo aniversário no dia 21 de fevereiro. Na sequência, Luis, dia 3 de março. Depois veio o Alberto, dia 6, acompanhado (descobrimos mais tarde) do francês mais-legal-do-mundo, o Samuel, que conhecemos em Uyuni, Bolívia.

Aí André, el del ano, dia 14, seguido de Pancho, dia 16, e RONdrigo, dia 17, ambos de San Pedro. Não contentes, recrutamos Alex, colombiano, mistério de Cusco, também no mesmo dia.

Enquanto piscianos, estamos impressionados uns com os outros. Afinal, vocês imaginam, nao acreditamos em fatalidades.

As pedras das praias do Pacífico







Parece a praia do faquir, mas é bem encantador sentar nas orillas do Pacífico e ver a vida passar. Em Lima, o malecón, orla de praias, fica bem de frente de uns barrancos de pedra. Diz que o povo surfa horrores, mas a água é fria pra caramba. Assim que, mais uma vez, só pezinhos. Os peruanos não viram meu biquíni de oncinha.

domingo, 25 de marzo de 2007

Parabéns União Européia


São agora 50 anos desde o Tratado de Roma. Aqui na América do Sul, parte hispano-hablante pelo menos, os jornais falam de pessimismo e de maneira de levantar o ânimo dos cidadãos dessa área que foi criada com um objetivo mais do que louvável, o da integração.

Nachricht an Papa: Johannes, furo total do jornal peruano El Comercio, o mais importante do país. Buscando Papa, o que encontrei foi o português Manuel Barroso citado em suas aspas ainda como presidente da UE. E nem fala português quando deve, o mané. No mais, muitas fotos e falas da Angela. Da minha parte, já te digo que os tenho os desconfiança. Esses jornalistas peruanos.

Cervejas e seus auês


Cerveja, afinal, todo país tem a sua. A Cusqueña é uma das peruanas, de Cusco, como há de se desconfiar.

No gargalo, sua etiqueta dourada é de Machu Picchu. A garrafa é trabalhada à semelhança da Pedra dos 12 Ângulos, lavrada pelos incas e presente em uma ruela de Cusco.

E, pra lá de todo o auê, é bem boa, eu diria.

Nova parada: Lima!


Capital do Peru, 12 milhões de habitantes e já fiz boa amizade local para destrinchar cine, música, gastronomia e outras, claro, localidades. O Peru é o máximo.

PS. A Plaza de Armas de Lima, que virou Plaza Mayor, segundo mi amigo Juan Carlos, porque estamos na cidade principal e, às vezes, hay que ser imponente.

Baixinha, gorducha e habla español


Olha só, tem Mônica no Peru. Esse clique é do jornal El Comercio.

O melhor milho do mundo


É do Peru.

Chama-se choclo, é cocinado e, mesmo sem manteiga, é um tesão.

Tamanho, provavelmente, fará a diferença. Vejam a idade do grão de milho...

Machu Picchu, nossa...




Ainda bem que existe óculos de sol. Foi o que me ocorreu colocar na cara quando meus olhos encontraram Machu Picchu pela primeira vez. É que tantos turistas e suas máquinas não precisavam dividir comigo a energia que entrava pelas minhas veias, abertas. Creio que 23 de março foi um dos dias mais especiais da minha vida. Por Machu Picchu, sim, e por mais.

Do imperdível "As veias abertas da América Latina"

A título de mensagem:

A Revolução não é nenhum passeio. E o futuro não seria deste terra se fosse presente.

EU

Ser social
... anti-imperialista
... pró-liberdade, absolutamente
... crente na educação
... defensora do que é cultural.

Haverá nome para isso?

Niños, esses bebês







Sem palavras. Só sei que ando apaixonada por niños, como já se nota.

Versos do momento


Escrever não é o mesmo que sentir inspiração.
Comida não é compensação.
Amor, talvez, sim, se possa pedir.
E, a cada um de nós, filhos de pais, um caminho diferente é o que nos toca seguir.

PS. Na foto, a título de nada a ver, um perro peruano.

Perú!







Perú aqui, porque Peru é bicho.

O país é o máximo! Cruzamos a fronteira aos trancos e barrancos, mas chegamos bem. A primeira parada, Cusco, é sem dúvida a cidade mais especial da viagem em termos de energia e agitação.

Se vou voltar? Vixe, pensei até em ficar de vez.

Legendas dos cliques:

1) Na falta de uma mensagem em espanhol, a graça fica com essa mesmo.
2) Dá pra notar que ia cair uma aguinha?
3) E viva el Perú!

Recuperando: dizem que Bolívia, sem perrengue, não é Bolívia




Estava indo tudo bem na Bolívia, inclusive turisticamente hablando. Não tive soroche (mal de altura), pirei na gastronomia, contornei o frio e até bebi cerveja quente.

Até que aparece na minha vida a Litoral Fucking Tours, a responsável por deixar a mim e a 16 turistas tutti buona gente no meio do Peru, logo depois de cruzarmos a fronteira. Por quê? Com a desculpa de não terem gas liquado (gasolina; pois, sim, na Bolívia exportam gás, mas não dividem gás em território nacional) neste dia, nos fizeram trocar de van vinte vezes até que, devidadamente perdido o ônibus de verdade, o (ir)ponsável resolveu tirar o seu da reta.

Vantagens e fim da história: conhecemos um pessoal bueníssima onda dos Estados Unidos, do Canadá e da República Tcheca e, também aí, entrou na minha um dos brasileiros seguramente mais figuras da terrinha, made in Curitiba, o Rafael Razouk. Mais, apareceu o Afonso, peruano irmão do irmão de alguém que podia mais ou menos resolver as coisas, e nos conseguiu transporte a Puno e, de lá, a Cusco.

Incomentável: roubaram meu iPod. E não foi na Bolívia.

Recuperando: GASTRONOMIA BOLIVIANA - trucha, pique a lo macho y... suerte!


Bom, o André me advertiu horrores, dizendo que em sua primeira vez na Bolívia desejou nunca ter aberto a boca neste país. Fiquei com medo, mesmo decidida a não comer uma só mordida de fafú (fast food), sobretudo em um país que baniu o Mc Donald´s de suas terras em 2002 (eeee, que coragem!).

O que passa é que a coisa está longe de ser tão dramática assim. Prezando pela higiene, no más, descobrimos coisas ótimas e, sobre a gastronomia boliviana, destaco aqui dois destaques:

1) Pique a lo macho: prato feito de tiras de carne, cebola, batata frita, pedaços de salsicha e de queijo e, ahahhaa (1), muita pimenta, amigo. É farto, assim que existe também o Pique a lo machito (foto), pra quem for menos pedreiro. Ótemo.

2) Trucha a la criolla: truta, o peixe do Titicaca, preparada com molho de alho. Alhoooo! E olha que há poucos meses era difícil por alguma coisa de peixe na minha boca. De alho, já não. Quem me conhece, sabe.

Recuperando: Copacabana!







Não! Não é a terra dos maravilhosos sanduíches no Cervantes, no Rio, mas sim a charmosa (pelo ambiente, não levem a palavra ao pé da letra) "capital" boliviana do lago Titicaca.

Melhor ainda é a Isla del Sol, um dos centros de energia mundiais, segundos os incas, onde fizemos uma trilha bem pesadinha, à la Palmas, de 3 horas, cruzando de norte a sul. Falta de oxigênio, frio como só a Bolívia oferece em tempos de chuva ou de inverno altiplano (andino) e uma cerveja pra comemorar no final. Hehe.

André, não se preocupe com sua ausência, que nadar no Titicaca você não teria feito nesses dias nem a pagamento. Fica pras próximas.

Recuperando: vai fazer frio assim na Bolívia!


Frio, frio, frio. Um dos auges do desespero foi quando estávamos a caminho de Copacabana, a partir de La Paz, tendo que cruzar um desgraçado estreito em barco, com chuva, graus em menos e, claro, consequente mal humor. E um guarda-chuva de oncinha, pra garantir o estilo.

Agora, para irritar mesmo, havia uma banda dessas de pracinha tocando uma música por lá. Assim, como se fizesse muito sol.

Que situações toscas de viagem vive um viajero.

Recuperando: Bolívia de pedra e de música







Ruínas é o que não falta na Bolívia, país que, junto com o Peru, divide o legado da civilização Tihuanaco, presente nessa área desde antes de Cristo - primeiro, portanto, que os mais famosos incas.

Estávamos borrachos de sono este dia, nosotros, mas curtimos pacas a paisagem. O guia era um muito mais um performer do que um profissional do turismo, e as lembranças da noite anterior eram bem que boas: das 22h de um dia às 7h de outro escutando bolivianos músicos cantar com amigos de várias partes da América do Sul. De arrancar lágrimas...

Dedicaram vários Chicos Buarques a nós. Nós, a la vez, muitos piscos sour com sorrisos a eles. Cantar, nem "parabéns pra você".

PS. Em tempo, o toque "Recuperando" é pra mostrar ao querido leitor que, quando estou atrasada com os posts, falo a verdade. Há.

viernes, 16 de marzo de 2007

Seção PERÉN ARQUITETOS: pressa em La Paz













Imagino que quando uma cidade cresce, ela não avisa ninguém e tampouco pede que se vá abrindo os caminhos de forma razoável. Certamente foi esse o caso de La Paz, onde a pressa das pessoas e seu progresso superou seu espaço, exigindo que as coisas fossem se amontoando de acordo com o possível. Como se para pensar depois.

O desconto à essa impressão é um par de prédios de arquitetura colonial, coloridinhos com bordas brancas, lembrando que alguém de gosto diferente do dessas bandas construiu coisas por aqui.

No mais, o que tem também são edifícios de péssimo gosto, entre formas estranhas e vidros espelhados, sinalizando algum tipo de progresso pobre.

Como teria sido, se a urgência e a interferência fossem menores? O que estará por baixo da feia arquitetura de prédios caindo aos pedaços de La Paz?

Legendas dos cliques:

1) Qualquer semelhança com o também colonizado Brasil não é mera coincidência.
2) Charmes de construções escondidas pelos fios de eletricidade.
3) O povo segue ocupando os espaços de antes até, quem sabe, algo acontecer. Essa foto é de um pátio de escritórios no centro da cidade.
4) Belos prédios que ninguém vê?
5) Só pra lembrar que eu curto uma varanda.

Pixa, pixa
















Sim, em La Paz también.

Legendas:

1) “Yo también!"
2) Evo ‘Tio Sam’ Morales?
3) Do Chavo del Ocho.
4) Porro = baseado.
5) Por aqui, ele vive também.

Pouco pacífica cidade da Paz









Assim é A Paz: ladeiras mil, tramas de fios de eletricidade, trânsito caótico com buzinas constantes e lotações que parecem que seguem pra China (porque nada se entende do que grita o cobrador para avisar os destinos), arquitetura colonial aos pedaços, vendedores ambulantes ocupando as calçadas, cholas (nome que se dá às índias que se vestem de maneira típica) caminhando apressadas como se estivessem sobre rodinhas e uma colorida atmosfera – fria, da capital mais alta do mundo - de contrastes e energia que é apaixonante.

Triste é avançar rumo ao sul da cidade e notar que há outra La Paz, de pessoas de traços europeus, menos buzinas e mais restaurantes que pegam o estômago pela conta, mas não pela falta de higiene. É uma espécie de parte transitória entre o que se vê no centro – absolutamente só índios – e na publicidade – mulheres de traços finos e cabelos amarelos.

De onde vem tanta negação pra encobrir uma beleza que é verdadeira?

PS, em tempo: valeu, André, revisor oficial da Milaca!

À la Chaplin


Um dos chapéus usados pelas choclas é preto, durinho e fica a uns bons centímetros da cabeça, desencaixado. Eu e o André não entendemos, mas vamos descobrir por quê.

Recuperando: la reina del Salar
















Claaaro que a gente se divertiu fazendo fotos de desktop em meio à brancura do Salar de Uyuni. O André se saiu bem dirigindo, o Samuel (simpaticíssimo e despachado francês que fazia parte do grupo) arrasou posando, o Alberto só levou bronca e eu... banquei a rainha de novo. Hehe.

Bueníssima onda.

Legendas:

1 e 2) I do play.
3) Soube que é proibido sentar nos montinhos de sal depois que eu, confortavelmente, sentei.
4) Cactos crescem 1 cm por ano. Esse aí, do meio da Ilha Incahuasi, no centro do salar, deve ser bem velhinho.

Recuperando: meu momento com Stalin


A caminho do Salar de Uyuni, a partir do Hotel de Sal, demos carona para um bolivianinho lindinho que sentou comigo na frente. Ele tem 10 anos, chama-se Stalin e foi obrigado a escutar minhas cantadas ao longo do trajeto. Tivemos um momento, mas o pessoal insistia que ele só vale meio ponto.

Recuperando: hojas de coca já!


Claro. A primeira coisa (ou a segunda) a ser feita uma vez se pisa na Bolívia, é provar as sagradas hojas de coca. Elas servem pra aliviar o soroche (mal de altura), são fedidinhas (mas também nem é pra cheirar) e devem ser deixadas no canto da boca depois de levemente mastigadas.

Galera, estou levando um carregamento pra casa. A quantos metros do mar está São Paulo mesmo?