martes, 22 de mayo de 2007

Argentinos avisam: viagra sem culpa

Para que desistir de acompanhar E registrar as particularidades mais particulares da América Latina, se os periódicos nos presenteiam notícias tão interessantes quanto essa:

"Pesquisadores argentinos afirmam que Viagra pode ser bom para jet lag".

É por isso que eu decidi - e isto lhes anuncio - seguir dividindo com meu público mais fiel, provavelmente de duas pessoas, minha mirada sobre a mirada desse povo tão criativo.

E voltando à notícia, parece que pelo menos em camundongos, o citrato de sildenafil, vulgo Viagra, ajuda a recuperação de cérebros desnorteados pelo mal das viagens para fuso horários diferentes.

A adaptação dos bichinhos "viajantes" foi melhor em 50%, o que, tenho certeza, levará a argentinada a acreditar sem medo na caixinha de Viagra, mesmo se ela tiver que ser carregada na bagagem de mão, sempre tão sujeita a ser revistada.

* OBS: Não que importe, mas a nota no jornal termina dizendo que não é possível saber se "o mesmo ocorre no homem". Os testes foram realizados com o adiantamento do relógio biológico dos animais - e não o contrário. "O efeito, portanto, não seria sentido de leste a oeste".

lunes, 14 de mayo de 2007

Baila, Santa...

Continuo latineando em terras brasileiras e, por sinal, bem acompanhada!!!

Eu, Mee, Paulinha e Inara, eleita - ou fagocitada - a musa Bajofondo 2007, nos enfiamos no Via Funchal nessa segunda, dia 14, para ver Bajofondo e... cair nos braços de Santaolalla.

Depois de um "nos acompañan al escenario para bailar???" de um total desconhecido, no nos faltó más que ir a misa ;-)

Ai, que delícia, Santa!!!

martes, 8 de mayo de 2007

Hasta siempre, América Latina


Acabou!

Foram exatos 70 dias e, sem por nem tirar, uma experiência fascinante. Há muito o que agradecer: o companherismo do Al, o bom humor tupiniquim do André del ano, a companhia surpresa de personagens como Rafael, figura imperdível de Curitiba, de Juan, meu adorável guia de Lima, de Tom, o australiano que vende café e que a Marcinha certamente cataria, e de muitas outras figuras inesquecíveis.

O destaque vai com carinho pro meu querido Alex, que apesar de colombiano não é de todo perigoso (!), e que, com muita dedicação, mostrou a mim tudo o que a Locômbia, um dos auges dessa viagem, tem a oferecer.

O resultado, além de uma cabeça girada, pirada e agitada, sem pedir perdão pela repetição de "adas", é um bando de projetos, fruto de inúmeras novas vontades que se juntaram às velhas, mas, sobretudo, um encontro com a América Latina e com a latinidade em mim e em todos nós (cursi, cursi).

Sem delongas nesse post [meio que] conclusivo, meu voto é que a gente se una. Já somos um povo, um estilo. Estão aí as nuances, que, claro, têm de haver em cada lugar. Mas engana-se quem achar que não se trata de uma só alma.

A grande tarefa pendente - e que a levemos à cabo - é misturar o espanhol e o português, abrir as fronteiras culturais, fortalecer-se em todos os sentidos de dentro pra fora (chega de dependência) e abraçar o continente.

Eu já abracei, por enquanto com tapinha nas costas. Muito há de vir (e que seja nível três!). Por hora, deixo os dedicados leitores deste humilde blog com um obrigada-pela-parte-que-me-toca e com meu site que acabou de nascer para, quem sabe, provocar uma dessas mudanças que eu comentei que desejo.

Nos vemos por aqui, com menos frequência mais com a mesma besteirada, e lá também, no www.lalatina.com.br.

Pois sem medo de posar de Che Guevara, eu ainda digo:

Hasta siempre, Latinoamérica!

No Primero de Mayo, rendida nos braços da construção

Eu havia de ser coroada rainha de alguma coisa, algum dia. Tinha plena convicção. Quisera eu que fosse das mulheres mais lindas E com Q.I mais alto, tipo a Sharon Stone, mas isso só até saber que existe na Venezuela a U.B.T., a Associação dos Trabalhadores Socialistas da Construção (não se deixem levar pela sigla).


Ao contrário de 2006 ao lado de Fidelito e seus chocolatines, meu Primeiro de Maio de 2007 em Caracas não teve Chávez, como merecia, mais esbanjou, sim, altas doses de calor humano à venezuelana. O lance é que el presidente ficou lá por Cidade Bolívar, não me recebeu pra fazer a Revolução e tampouco "falou às massas para encantá-las", como fraseou um dos meus companheiros pedreiros de marcha. Não importa.


O dia, um agradável lunes de sol, começou com minha ida ao ponto central da cidade e também concentração das distintas marchas que percorreriam a cidade: a avenida Bolívar. Pois é claro que eu não buscava ninguém da oposição (queria ver como se comportam os chavistas), portanto tudo se tratava de seguir uma multidão de vermelho.




De mini e camiseta branca, bolsa de zebra nos ombros, comecei a seguir um pessoal que cantava bem animado. Pois tem vezes que meu cabelo levemente claro e minha pele de hospital parecem reluzir. Como consequência desse fenômeno, não durou nem dois minutos para que me abordassem: "Mas você tem que usar camiseta vermelha!". Respondi que era só eles me "regalarem", que eu usava (afinal rezava por algo que me misturasse com a aquela multidão o mais rápido possível), e uma camiseta e um boné depois, lá estava eu, vermelha e socialmente fashion.


Corremos, gritamos (Uh, ah! Chávez no se va!) e celebramos o dia de não trabalhar, até nos concentrarmos diante de um palco de onde líderes dos sindicatos não esbanjavam tanta criatividade ao alternar os berros entre "Trabajadores chavistas, boliviarianos y socialialistas!" e "Socialismo, patria o muerte".


Tudo era festa, até virar realmente rumba com a chegada de um grupo de salsa para animar a garotada. Eu já andava devidamente escoltada por dois amigos, ops, companheiros, que me protegeram dos incontáveis olhares de "que faz essa mina aqui". Duas canções mais tarde e começaram as abordagens. Pois dancei, dancei e dancei. Yunior e José se preocuparam: era de um pra outro, do outro pra um. Virei a rainha da construção, disputada entre os grupos que tomavam vinho, os que tomavam cerveja e os que chupavam gelinho.


* Los compas José e Yunior.

A essa altura já sabiam que eu "era" brasileira, e o Brasil, na cabeça deles, já parecia um lugar beeem razoável - "Chávez é amigo do Lula!" -, à curta distância de ligações semanais, envio constante de cartas, possíveis viagens de avião ("Cuanto cuesta el pasaje?") e até de mudanças de vida ("Se encuentra trabajo ahí?"). Calculo que uns 12 venezuelanos estejam programando uma visita a São Paulo logo.


Já sem pensar em Chávez, que me deixou a ver navios, me senti devidamente agraciada pelas visitas, cartas e ligações que nunca vão acontecer. E de vermelho, rosa ou o que for, curti o carinho, as risadas e a bonita experiência. Compas, pues con o sin Chávez... Que viva la revolución ;-)