domingo, 17 de febrero de 2008

Eu estava devendo...

...uma palavrinha sobre a última marcha do dia 4 de fevereiro, contra as FARC, que rolou simultaneamente em várias cidades do mundo. Uma querida amiga jornalista, a Janis, me escreveu pra perguntar de que se tratava a coisa e pra pedir uma opinião sobre apoiar ou não apoiar, já que ela não queria "estar do lado de nenhum imperialista fdp".

Bom, eu também jamais quero. Por isso, dei uma sentida geral e, no começo, a coisa parecia ser "simplesmente" contra as Farc. Mas os dias passaram, digamos, e logo o governo colombiano se aproveitou para divulgar a coisa à exaustão, colocar grana pra organizar uma infra (incluindo um palanque em frente do Palácio na Plaza de Bolívar com telão da RCN), mandar fazer camisetas etc.

Quando saí um domingo, dia anterior ao evento, pra dar uma volta por Usaquen, vi que o frenesi dos vendedores de camisetas que diziam "Colombia soy yo" e algo como "no a las FARC" estava pesado, tive certeza que o negócio estava perdido. Foi aí que escutei o vendedor gritar Marcha pa' niño, marcha pa' niñaaaa! e perdi grandão a esperança.

Mas na segunda saí às ruas pra ver de que se tratava. Nada trascedental, muita gente. Em todo caso, fiz imagens com a camerita.

E no mais: querida Janis, espero que não tenhamos apoiado Uribe e sim dado voz a um pedido de não-violência. Num país (e numa América Latina) tão polarizado, em que os que marcham contra as Farc, estão marchando pelo presidente.... Bem que seria interessante olhar as coisas com mais matizes.

De 2008 até o ano 100 mil


Gente! Começou o Ciclo de Comemorações dos 28 anos da tradicionalíssima, moderna, infalível e sempre consciente Camila Moraes. O primeiro evento foi um churrasco feito pelos pais do Alex (com sopa de entrada, vai entender o conceito colombiano de churrasco), seguido de bolo com meu nome escrito e tudo. Mais atividades virão.

Como este ano estou na Colômbia, achava que o parabéns deveria ser em espanhol. Porém, como faz dois mandatos que Uribe está poder (e o país anda meio vendido pros EUA), a musiquinha é cantada aqui em inglês - mas com um sotaque horrivelmente colombiano, o que já me mata de rir e ameniza a coisa.

A segunda estrofe eles, sim, cantam em espanhol: Que los cumpla feliz/que los vuelva a cumplir/que los siga cumpliendo.../hasta el año 100 mil.

Que tal "os anos 100 mil", hein? Não andam informados sobre o aquecimento global.

E pra quem não sabe: o cumple é nesta quinta, dia 21. Mandem ver no Sedex!!!

Heloca em Bogotá!


Amigos da onça aí em São Paulo, percebam:

Minha amiguinha Helô Reinert, também conhecida como Heloca, foi a primeira (e única) que prometeu vir me visitar e realmente cumpriu a promessa, tá???

Ela é uma colega jornalista que decidiu largar tudo (essa prática sempre me soa familiar) pra fazer um mestrado em Buenos Aires. Usa expressões como "viva a militância light" e "mejor el juuuuueves" com bastante frequência. E adorou a Colômbia, tanto que está perdida pelo Caribe já faz algumas semanas, sem me dar qualquer sinal de vida (afastemos as Farc do pensamento).

Dona Heloca é dona de um blog bem animadinho, o Sabalon, escrito com outros dois amigos. Para quem quiser conferir: http://www.san-ba-lon.blogspot.com/.

E "viva a gente", como diz a mesma.

O famoso documentário Minutos compartidos

Ahá! A minha estréia no mundo da produção cinematográfica tardou, mas não deixou de seguir a regra infalível do "começo de carreira é pra apagar da memória".

Para os que não sabiam que eu andei fazendo um curso de documentários, aí está de uma vez o curta documental que fiz durante meus primeiros meses de Bogotá. É sobre a venda de ligações via celulares (privados) nas ruas da cidade. Essa, para quem não sabe, é uma prática bastante bizarra na Colômbia, em que um fulano pega seu próprio celular e sai às ruas com uma plaquinha (e às vezes com correntes, pra que ninguém robe os aparelhos) e vende "minutos".

Quando passei aqui pela primeira vez, pensei: "E a privacidade, gente?". Foi por isso que fiz a coisa com um olhar menos sócio-econômico e mais morboso (de curiosidade e fofoca) mesmo.

O Minutos compartidos II vai tratar da seguinte pergunta: por que no Brasil não fazem as mesma coisa??? Quem quiser contribuir com a investigação, por favor deixe seus comentários a respeito.

Bueno, taí pra constar. Opinem! E perdõem a falta temporária de legendas em português (que pode chegar a ser grave, porque as conversas são a grande sacada do filmeco).



PD. Para os que estão chateados que o blog anda parado, não se chateiem mais. Tenham somente em conta que o mestrado começou e que a coisa tá pegando aqui em Bogotá! Mesmo assim, vou me redimir.